SUBMISSÃO, REBELDIA E CULPA: REPRESENTAÇÕES FEMININAS NO ROMANCE 'O AMANTE JAPONÊS', DE ISABEL ALLENDE
Palavras-chave:
Representação feminina, Literatura contemporânea de autoria feminina, Crítica feministaResumo
Nesse artigo, objetiva-se apresentar uma análise interpretativa acerca das diferentes representações femininas no romance chileno contemporâneo
'O amante japonês' publicado em 2015, pela escritora latino-americana Isabel
Allende. A autora alcançou maior reconhecimento pela publicação do romance 'A casa dos espíritos' (1982) que foi adaptado para o cinema em 1993 e sua obra em geral teve uma boa recepção no cenário literário internacional, o que lhe rendeu alguns prêmios e a tradução de sua obra para trinta e cinco idiomas. No romance corpus da análise desse artigo, Allende apresenta-nos diferentes representações femininas por meio de três personagens, nas quais a análise centrar-se-á: Lillian, Alma e Irina, mulheres de diferentes gerações e com trajetórias díspares, o que demonstra que mesmo estando próximas, essas três mulheres distanciam-se no que diz respeito à sua própria percepção. Lillian corresponde ao ideal de mãe e esposa, posicionamento que satisfazia o horizonte de expectativa da época ao passo que Alma ostenta um posicionamento forte e goza de uma liberdade sexual que não era comum às mulheres no contexto social daquela época. Já Irina, apesar de ser a mais nova das três mulheres, esconde em sua infância, o horror de ter sido molestada pelo padrasto e carrega consigo uma trajetória de culpa e vergonha. O artigo propõe-se analisar a trajetória de cada uma dessas personagens embasada nos pressupostos teóricos da Literatura de Autoria Feminina, da Crítica Feminista e dos Estudos Psicanalíticos, com autores como: Muraro (1995), Zolin
(2009), Freud (1996), Zinani (2013), Touraine (2011), Campos (1992) entre
outros.