COMPOSTOS DE DISCURSO DIRETO NA FALA: PESQUISA NO C-ORAL

Autores

  • Jose Carlos Da Costa Junior Doutorando em Linguística - UFMG

Palavras-chave:

Compostos de discurso direto, Linguística Cognitiva, C-Oral.

Resumo

O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir os resultados da pesquisa por Compostos de Discurso Direto – CDDs – (PASCUAL, 2014, COSTA JÚNIOR, no prelo) em um corpus exclusivamente oral, o C-Oral Brasil (RASO e MELLO, 2012). Compostos como “camisa laranja cheguei” “olhar de me leva pra casa” são exemplos de CDDs. Fundamentamo-nos principalmente em Pascual (2014), na Linguística Cognitiva (LANGACKER, 2008; TALMY, 2000) e em outros para a análise dos dados de fala (GOFFMAN, 1985; ROCHA, 2003, entre outros). Metodologicamente, fizemos uma pesquisa por CDDs no C-Oral, primeiramente utilizando a plataforma Corpuseye e, posteriormente, fazendo a oitiva e leitura de todo o corpus. Pesquisamos 92 núcleos nominais considerados produtivos de 4 padrões de CDDs. Esses padrões são: (i) SN + preposição “de” + modificador de discurso direto; (ii) SN + modificador de discurso direto; (iii) SN + (preposição “de’’) + angulador “(tipo) assim” + discurso direto; e (iv) nome + morfema de discurso direto (em uma mesma palavra). Foi encontrada 1 ocorrência de CDD em todo C-Oral. Defendemos que CDDs são uma forma de veicular um conteúdo não disponível em forma de adjetivos, com efeitos discursivos como síntese, humor e crítica social. Relativo à baixa ocorrência de CDDs na fala, defendemos que um CDD é estruturalmente mais complexo do que um adjetivo canônico. Além disso, um CDD pode ser criado a partir de
um discurso reportado específico de uma interação e, portanto, teria seu uso muito circunscrito a essa situação. Dessa forma, isso dificultaria seu processo de lexicalização na língua.

Biografia do Autor

Jose Carlos Da Costa Junior, Doutorando em Linguística - UFMG

Doutorando em Estudos Linguísticos - UFMG

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Publicado

16-08-2018

Edição

Seção

Artigos