HORA DO POEMA EM QUALQUER TEMPO: CINCO MESES VIAJANDO SEM SAIR DE CASA

Paulo Roberto Vieira, Jhennifer Lorenna Freitas Giese

Resumo


O ano de 2020 aparece no mapa da história mundial como período incomum. À força de garantir a sobrevivência, milhões de pessoas se recolheram aos seus lares e ali procuraram abrigar-se da peste. Amparado em autores como Cândido (2011), Cosson (2006) e Cordasso (2012), que abordam o caráter humanizador da literatura e seu papel indispensável ao bem-estar dos seres humanos ante as dificuldades da vida, este relato discorre sobre a Hora do Poema, que consiste em leituras compartilhadas de poesia, feitas em casa, diariamente, por uma família na cidade de Altamira, no coração da Amazônia brasileira, diante de medidas de isolamento físico no contexto da pandemia de COVID-19. Assim, o objetivo deste relato de experiência é abordar ocaráter humanizador e o papel indispensável da literatura ao bem-estar dos seres humanos frente aos percalços da vida cotidiana. A relação entre objeto, texto literário, e observador, poeta e professor de literatura, qualifica a utilização de umaestratégica autoetnográfica de expressão que liberta escolhas e qualifica o individual como expressão do humano. Damos mostras de como a prática da leitura de poemas afeta nossas reflexões acerca da tragédia humana, do amor, da existência e do gosto pela vida.


Palavras-chave


Literatura. Poesia. Leitura Compartilhada. Autoetnografia. COVID-19

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.17648/asas.v17i2.2331

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ISSN:1415-7950