LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: UMA ABORDAGEM SOBRE A ARTICULAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA COM O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Resumo

Este trabalho discute, pautado na interação verbal e teoria dos gêneros de Bakhtin (2003) e
Bakhtin/Volochínov (2006) a utilização contextual da escrita em rede social. Quanto ao uso de
novas tecnologias, utilizou-se Rojo e Barbosa (2015), Rojo (2013) e Araújo e Leffa (2016). O
corpus das análises comparativas é composto de fragmentos de cartas manuscritas e postagens
no Facebook produzidas por alunos do 8º ano do ensino fundamental de uma escola da rede
pública municipal de ensino em Belém; detém-se aqui, entretanto, às contribuições que a relação
com a tecnologia trouxe à ampliação das competências leitora e escritora deles. Assim, o
foco é a discussão correlacionada a um dos objetivos específicos na pesquisa de mestrado da
qual este artigo é resultado: (i) apurar como os alunos portam-se frente a um contexto com as
singularidades do mundo virtual no que se refere à escrita. Para isso, introduziu-se o Facebook
a fim de que eles se posicionassem como leitores e escritores críticos, no intuito de se comparar
o que diferencia sua postura crítica on-line da escrita convencional, contrastando, dessa forma,
os contextos de produção e as diferenças que isso implica nas escolhas lexicais. Os resultados
apontam mudança de postura quando o sujeito aluno-autor se depara com uma situação linguageira
na qual, de fato, há um interlocutor real e a escrita torna-se significativa; também realiza
escolhas gramaticais, lexicais e fraseológicas diferenciadas ao estruturar seu enunciado frente a
diferentes interlocutores, o que nos aponta um caminho para o uso significativo das tecnologias
nas aulas de LP.