RELAÇÕES INTERFEDERATIVAS PARA GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

Autores

  • Mylene Oliveira Cunha Universidade Federal do Pará/NUMA/PPGEDAM
  • Rodolpho Zahluth Bastos Universidade Federal do Pará/NUMA/PPGEDAM
  • Mário Vasconcellos Sobrinho Universidade Federal do Pará/NUMA/PPGEDAM

Palavras-chave:

Relações Interfederativas. Gestão dos Recursos Naturais. Licenciamento Ambiental. Desenvolvimento Territorial.

Resumo

O presente artigo analisa a horizontalidade e a verticalidade das relações interfederativas no Brasil à luz da Constituição Federal e da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), averiguando se essas relações têm ou não o desenvolvimento territorial como um dos principais objetivos norteadores. Para isso, buscou-se inicialmente pesquisar e examinar quais os principais diplomas da legislação ambiental que disciplinam a cooperação entre os entes federativos e qual o conteúdo normativo dos respectivos artigos que destacam esse tema. Após o exame da estrutura legal, adotou-se como procedimento metodológico o levantamento bibliográfico direcionado à problemática e, por fim, fez-se uma breve observação e interpretação da relação de alguns Estados com seus municípios no que tange a normatização e a utilização do licenciamento ambiental enquanto instrumento de ordenamento e desenvolvimento territorial. Os resultados demonstram que apesar das normas ambientais apontarem para relações horizontalmente harmônicas entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, tem prevalecido a verticalidade decisória na realização da gestão ambiental compartilhada. Assim, o desenvolvimento territorial ainda está distante de ser um escopo real no cenário da gestão dos recursos naturais promovida pelos entes federativos. Porém, apesar das incompatibilidades teórico-práticas, conclui-se que houve avanço considerável especialmente no âmbito legal no que se refere às normas de cooperação interfederativas que visam o desenvolvimento territorial. Entretanto, é imprescindível que haja o alinhamento progressivo dessa estrutura normativa a fim de desobstruir a gestão ambiental compartilhada, bem como haja estrutura física e operacional capaz de possibilitar a concretização dessas legislações.

Biografia do Autor

Mylene Oliveira Cunha, Universidade Federal do Pará/NUMA/PPGEDAM

Possui graduação em Direito pela Universidade da Amazônia (2009), especialização em Direito Processual Civil (2014) pela Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes - LFG/ Universidade Anhanguera - Uniderp, especialização em Gestão Ambiental (2017) pelo Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). É advogada (OAB/Pa 15.709) (2010). Servidora efetiva da Universidade do Estado do Pará, lotada na Assessoria de Planejamento (desde 2011). Tem experiência na área do Direito, com ênfase em pesquisas no ramo do Direito Ambiental. Atualmente tem pesquisado sobre Gestão Ambiental Compartilhada.

Rodolpho Zahluth Bastos, Universidade Federal do Pará/NUMA/PPGEDAM

Possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Pará (1998), mestrado (2001) e doutorado (2009) em Geopolítica pela Universidade de Paris 8 - Instituto Francês de Geopolítica (IFG/Paris 8). É professor adjunto do Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Docente e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia (PPGEDAM/NUMA/UFPA). Membro associado do Laboratoire Caribéen de Sciences Sociales (LC2S). Co-coordenador da rede Junction Amazonian Biodiversity Units Research Networking Program (JAMBU-RNP) e do Grupo de Pesquisa Biodiversidade, Território e Sociedade na Amazônia (BEST Amazônia). Membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, ocupante da cadeira número 55 - José Coutinho de Oliveira. Tem experiência nas áreas de Direito e Geopolítica, atuando principalmente nos seguintes temas: Geopolítica Jurídica, Política Ambiental, Direito e Legislação Ambiental, Gestão Ambiental compartilhada, Biodiversidade e Regime de acesso e repartição de benefícios.

Mário Vasconcellos Sobrinho, Universidade Federal do Pará/NUMA/PPGEDAM

Economista (1987), Mestre em Planejamento do Desenvolvimento pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (2000). PhD em Estudos do Desenvolvimento (2007) pelo Centre for Development Studies (CDS), University of Wales Swansea (Reino Unido). Pós-doutor em Gestão Pública e Governo (2015) pela EAESP da Fundação Getúlio Vargas (FGV). É economista da Universidade Federal do Pará, professor Programa de Pós-graduação em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local do Núcleo de Meio Ambiente da UFPA (NUMA/UFPA), programa o qual coordenou entre fevereiro de 2012 a Janeiro de 2016. É pesquisador e professor titular da Universidade da Amazônia onde leciona no Programa de Pós-Graduação em Administração, linha de pesquisa Gestão do Desenvolvimento. Tem experiência nas áreas de (1) Desenvolvimento e Meio Ambiente e (2) Universidade e Inovação. Os estudos estão focados nos seguintes temas: políticas públicas e gestão do desenvolvimento, gestão dos recursos naturais e desenvolvimento local com ênfase na discussão sobre governança (ambiental; territorial; pública; social), participação social, gestão social, parcerias e cidades sustentáveis; universidade e pesquisa, universidade e inovação. É membro da Rede de Pesquisadores em Gestão Social. Atuou como líder de Tema 5 "Casos e Aplicações em Políticas Públicas" do EnANPAD - Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração e do ENAPG - Encontro Nacional de Administração Pública e Governança (2013 - 2017). Atuou como líder do tema 19 "Gestão social e governança territorial e ambiental em múltiplos territórios" do ENAPEGS - Encontro Nacional de pesquisadores em Gestão Social" (2015). Consultor Ad Hoc da FAPESPA, CAPES, FUNADESP e outras agências de fomento à Pesquisa.

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Publicado

2018-09-05

Edição

Seção

2018_EIXO3: Relações Sociedade, Estado e Mercado para o Desenvolvimento