ASSIMETRIAS DE PODER: GÊNERO, CLASSE E ETNIA EM DALCÍDIO JURANDIR

Joanna da SILVA

Resumo


O presente artigo tem por objetivo refletir acerca da condição e representação feminina no contexto sociocultural da Amazônia paraense no início do séc. XX, que se faz representar de maneira crítica na obra Três casas e um rio (1958), de autoria do escritor paraense Dalcídio Jurandir. O protagonismo da personagem negra dona Amélia, aqui eleita personagem central da discussão, e sua condição de subordinação e marginalização presente na narrativa, nos possibilita problematizar questões em torno da articulação entre sexo/gênero, entrecruzadas com outros eixos identitários, como classe e etnia, e sua influência nas práticas discursivas e sociais que sustentam desigualdades e exclusões que acometem muitas mulheres, produzindo assimetrias de poder entre os sujeitos. O aporte teórico utilizado nessa discussão pauta-se na Teoria Feminista e de Gênero, que subsidiarão a análise em torno do tema ora eleito objeto de estudo.


Palavras-chave


Assimetrias de poder. Gênero, classe e etnia. Três casas e um rio.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17648/1415-7950-v15n1-1229

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