O presente trabalho visa analisar como imagens de mulheres negras retratadas em produções cinematográficas podem promover rupturas em enquadramentos desvalorizantes, apresentando outras legibilidades e figurações possíveis. A relação dessas imagens com as narrativas escolhidas revela resistências às perspectivas historiográficas que não são capazes de fugir a estereótipos raciais. Escolhemos os filmes Kbela (2015), da cineasta Yasmin Thayná, e Cores e Botas (2010), escrito e dirigido por Juliana Vicente, para refletiracerca de como essas produções tematizam a influência que o racismo possui na vida de mulheres negras e como elas buscam sua autodefinição, a valorização de seus conhecimentos, o enfrentamento de violências e injustiças através da experiência de seus corpos. O entrelaçamento entre estética e política presente nesses filmes relaciona-se à capacidade que suas imagens possuem de transformar as condições de reconhecimento da dignidade dos sujeitos filmados.
Biografia do Autor
Beatriz Drosdrocky Gonçalves, Universidade Federal de Minas Gerais
Graduanda em Publicidade e Propaganda pelo Departamento de Comunicação Social da UFMG. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq.
Ângela Cristina Salgueiro Marques, Universidade Federal de Minas Gerais
Doutora em Comunicação Social pela UFMG. Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG.
