OS INTERDISCURSOS JORNALÍSTICOS E PUBLICITÁRIOS NO CADERNO POLÍCIA DO DIÁRIO DO PARÁ
Palavras-chave:
Jornalismo Impresso, Publicidade, Violência, Discurso, Caderno PolíciaResumo
O discurso jornalístico tem sido atravessado pelo discurso publicitário no debate sobre a violência, uma vez que os fatos sociais têm sido construídos cada vez mais sob a perspectiva de uma lógica mercadológica, preterindo a reflexão crítica em detrimento do consumo instantâneo e diário dos fatos, que sempre apelam aos aspectos sensacionalistas e espetacularizados dos acontecimentos. O presente artigo objetiva analisar os elementos interdiscursivos presentes na elaboração das capas do caderno Polícia, do jornal impresso Diário do Pará, identificando os sentidos e significados do jornalismo, da publicidade e da propaganda vigentes nas construções da violência. Constatamos que os jornais impressos têm recorrido aos elementos publicitários para visibilizar as informações que serão consumidas pelo leitor, utilizando sedução visual, artifícios linguísticos e imagéticos com a finalidade de atrair a atenção do público. Nesse sentido, percebemos a construção de um jornalismo híbrido que fortalece suas ações entre informação e publicidade, tratando essa violência como mercadoria. Na análise, tomamos como objeto de pesquisa algumas capas do caderno Polícia, selecionadas aleatoriamente, durante o mapeamento do jornal Diário do Pará, mês de março de 2012, para o projeto de pesquisa Mídia e Violência: as narrativas midiáticas na Amazônia Paraense, elaborado entre Universidade Federal do Pará e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).