A banalização do mal na Gestão: o caso da mineriodependência da Vale S/A em Brumadinho/MG
DOI:
https://doi.org/10.17648/aos.v12i2.2845Palavras-chave:
Crime Corporativo, Management, Minério-dependênciaResumo
Este estudo analisa a produção da versão do crime corporativo relacionado ao rompimento da barragem da Vale S/A em Brumadinho/MG. Sobre o crime corporativo, este estudo traz uma particular contribuição ao apresentá-lo como legitimado pelo Management, no qual a dinâmica das organizações operadas sob sua lógica influencia as práticas criminosas. Assim, o estudo teve por objetivo analisar quais as circunstâncias que favorecem ao crime corporativo sob o prisma da minério-depêndencia. Partimos da premissa de que dentro das práticas corporativas manifestas com a ausência de uma reflexão ética, as corporações agem também dentro de um lado sombrio. Metodologicamente, buscamos nos orientar pela pesquisa documental no processo investigativo e relatório final da CPI, aplicando uma análise de discurso de perspectiva habermasiana, visando demonstrar que as práticas comunicativas podem ser distorcidas intencionalmente em benefício de um grupo e em detrimento de outro. Apontamos indícios do Relatório da CPI Bruma que apontam que o rompimento da Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão não foi um acidente. Ocorreu por conta da negligência da Vale S/A, que visou ao seu êxito financeiro, optando por priorizar os resultados econômicos e ignorar o perigo iminente do rompimento, enfim, um crime corporativo que banaliza o mal na gestão.
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