ESCREVER É ESCUTAR O VENTO

CONTRANARRATIVAS AFRO-INDÍGENAS E A ESCRITA COMO GESTO DE RESISTÊNCIA

Authors

Keywords:

Escrita, Oralidade, Contranarrativas afro-indígenas, Reflorestamento da escrita

Abstract

Este trabalho propõe uma reflexão sobre a escrita em perspectiva decolonial, tomando como base contranarrativas afro-indígenas e sua relação com experiência, corpo e território. A partir de vivências em sala de aula, leituras teóricas e atravessamentos subjetivos, discute-se como, para determinados povos, a escrita não pode ser dissociada da oralidade e da corporeidade. Com apoio das contribuições de Creusa Krahô, Célia Xakriabá, Ailton Krenak e dos referenciais de Jorge Larrosa e Roland Barthes, argumenta-se que a escrita afro-indígena constitui espaço de resistência e ressignificação política. Ao questionar o modelo eurocêntrico e seus mecanismos de exclusão, abre trilhas que se contrapõem à tradição ocidental que frequentemente separa escrita, experiência e ação. Tais práticas instauram uma poética que desloca a literatura da lógica ocidental e a reaproxima da vida e do território. Propõe-se, por fim, o conceito de “reflorestamento da escrita” como gesto de existência e permanência.

Author Biographies

Maria Joscilane de Brito Sousa, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Mestranda em Letras – Estudos Literários pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Especialista em Saúde pelo Programa de Residência Multiprofissional da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Psicóloga formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

André Luis Campanha Demarchi, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Docente no curso de Ciências Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade (PPGCOM) da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Mestrado em Sociologia e Antropologia e Doutorado em Antropologia Cultural pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Published

2025-10-01

Issue

Section

Artigos