VIOLÊNCIA DE GÊNERO NÃO ESCOLHE CARGO: AS JORNALISTAS CHEFES E O ASSÉDIO NO TRABALHO
DOI:
https://doi.org/10.17648/asas.v20i1.2923Palavras-chave:
Jornalistas, Mulheres, Chefia, Assédio, Região Amazônica.Resumo
Este artigo trata do assédio sexual e moral contra as jornalistas que ocupam cargos de chefia nas redações de Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão, região Amazônica do Brasil. O objetivo é verificar como esse crime atinge mulheres em cargos de comando e os impactos disso na rotina jornalística. Para isso, foi escolhida uma abordagem qualitativa, ancorada em entrevistas em profundidade (DUARTE, 2006) com as profissionais da grande imprensa regional. Já a interpretação de dados foi fundamentada na Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011). O estudo recorreu a autoras como Roseli Figaro (2018), Heleieth Saffioti (2011), Guacira Louro (1997), Judith Butler (2003) e Helena Hirata (1995) para entender a relação entre gênero, violência e como se constroem as divisões sexuais dos papéis sociais no mundo do trabalho. Já a interseção de raça buscou dialogar com autoras como Lelia Gonzalez (1984) e Maria Lugones (2014). Por fim, esta pesquisa mostra que, mesmo galgando espaços de destaque, as mulheres são assediadas, indicando a importância de se investigar as violências de gênero no jornalismo. Desvela também que as questões de raça impactam de modo diferentes as mulheres negras chefes, ratificando a objetificação dos corpos negros.