MASCARADAS DE RUA – ENTRE O RITUAL, A FESTA E A PATRIMONIALIZAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.17648/1415-7950-v16n1-1675Palabras clave:
Brincadeira de rua, Festa, Boi de máscaras, Mascaradas de Inverno.Resumen
O objetivo deste artigo é proporcionar uma reflexão sobre os novos significados e apropriações dos antigos rituais com máscaras, presentes em todos os continentes, a partir das festas contemporâneas. Para tal, elegeu-se as aproximações entre a brincadeira do Boi de Máscaras – São Caetano de Odivelas (PA) e as Mascaradas de Inverno da região de Trás-os-Montes (PT). O texto apresenta a rua como o espaço lúdico, propício às brincadeiras e à digressão coletiva, tal qual se expressa nos rituais com máscaras, festas ligadas ao tempo cíclico que têm a rua como locus privilegiado onde as culturas renovam seus fazeres por meio do imaginário e da memória de suas tradições. O fenômeno das mascaradas contemporâneas atualiza as funções ancestrais da máscara como mediadora entre o mundo natural e sobrenatural, mas agrega aos ritos festivos o comportamento lúdico, a brincadeira e a espetacularidade. Discute-se a questão atual da patrimonialização das mascaradas de rua como bens imateriais e as implicações nas comunidades, nas quais as festas representam a ligação entre tradições ancestrais e as novas gerações, que delas participam, contribuindo de forma significante para sua transformação e reconhecendo-se nelas, como sujeitos híbridos e integrados a sua cultura.
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