QUANTAS AMAZÔNIAS CABEM NA COP-30?

PERSPECTIVAS ACERCA DO CLIMA EM DISPUTA NO BRASIL

Autores

Palavras-chave:

COP-30, Amazônia Brasileira, Mudanças Climáticas, Conflitos, Belém

Resumo

O texto tem como eixo de análise o trinômio Amazônias, COP-30 e mudanças climáticas, apresentando um panorama do debate que frequentemente aparece de forma fragmentada. O objetivo é evidenciar as tensões que, em diferentes escalas territoriais, ganharam visibilidade desde que Belém do Pará foi anunciada como sede da COP-30. De caráter analítico-reflexivo, as considerações são tecidas a partir de uma base empírica ampla, que envolve publicações acadêmicas, jornalísticas, institucionais e relatos oriundos de trabalho de campo. São identificados cinco principais temas sensíveis: 1) a transformação da infraestrutura urbana de Belém; 2) a exploração de petróleo da foz do Amazonas; 3) a expansão de fronteira agropecuária e mineral; 4) o mercado de créditos de carbono; e 5) a participação de povos indígenas e comunidades tradicionais nos debates e decisões. Diante disso, considera-se que a COP-30 realça e atualiza conflitos, revelando disputas de sentidos em relação às Amazônias.

Biografia do Autor

Ângela Camana, PPGAA/UFPA

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É mestra em Comunicação e Informação e Graduada em Ciências Sociais e em Comunicação Social - Jornalismo pela mesma universidade. Atualmente é pesquisadora em Pós-Doutorado vinculada ao Programa de Graduação em Agriculturas Amazônicas da Universidade Federal do Pará (PPGAA/UFPA). Realizou pesquisa de Pós-Doutorado em Antropologia no âmbito do projeto CONTER (Conflitos de terra em frentes de expansão na Amazônia brasileira: violência, expulsões e dominação política), financiado pela Agence Nationale de la Recherche (ANR)/França. No âmbito do projeto, ela desenvolveu a pesquisa Composições tecnocientíficas e a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira, que buscou identificar o papel do conhecimento técnico nos conflitos fundiários no oeste do Pará. Sua tese de doutorado recebeu o Prêmio José Gomes da Silva de melhor tese de doutorado em Sociologia Rural, concedido pela Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. Além disso, ela recebeu o Prêmio Sanjaya Lall 2022 pelo artigo Kaingang Indigenous, Family Farmers, and Soy in Southern Brazil: New Old Conflicts over Land, publicado em colaboração com Daniele Barbosa e Edmundo Oderich na Oxford Development Studies. Entre 2021 e 2022 foi professora substituta junto ao Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Contribui com os grupos de pesquisa Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade (TEMAS), Jornalismo Ambiental (UFRGS) e Observatório dos Conflitos Socioambientais (UFPR). Em 2018, foi pesquisadora visitante no Observatório do Meio Rural (Moçambique), e em 2019, atuou como pesquisadora convidada no Laboratoire d'Anthropologie Sociale (França). Ao longo de sua trajetória, o trabalho de Ângela tem se dedicado a explorar os efeitos do avanço das fronteiras agrícolas. Sua pesquisa investiga as intrincadas relações entre objetos técnicos, conhecimento científico e apropriação de terras no Sul global.

Eloisa Beling Loose, UFRGS

Pesquisadora e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na área de comunicação e meio ambiente, com ênfase em mudanças climáticas. Pós-doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS (2018), com bolsa Capes. Graduada em Comunicação Social - habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2007), mestre em Comunicação e Informação pela UFRGS (2010), doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná - UFPR (2016) e doutora em Comunicação pela UFRGS (2021). Realizou estágio doutoral, com financiamento, na Universidade do Minho (2014). Recebeu o Prêmio Capes 2017 pela melhor tese na área de Ciências Ambientais. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo Científico e Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: divulgação científica, comunicação de riscos e desastres, e comunicação climática. Foi vice-líder do Grupo de Pesquisa (GP) Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS) de 2016 a 2024, do qual segue sendo integrante. Hoje coordena o Laboratório de Comunicação Climática (CNPq/UFRGS) e o Observatório de Jornalismo Ambiental.

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Publicado

2025-12-11